quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Quem gosta de ler, ponha o dedo aqui!!!

          Resolvi transferir para o post essa seção. Postem o livro de cabeceira de vocês, aquele que se recomenda às pessoas que amam a arte de ler. Eu começo!

1. O evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago.
     Por que que essa história não pode ser verdade, hein?

2. Fita verde no cabelo, de João Guimarães Rosa.
     Gostosura de releitura do conto da Chapeuzinho.

3. A paixão segundo G. H., de Clarice Lispector.
     Quer enfrentar seus medos??? Então experimente uma massa branca de barata. Uhuhuhuh!

4. Cemitério de elefantes, de Dalton Trevisan.
     Histórias do mestre dos minicontos.

Rayuela, de Julio Cortázar.

Memórias de minhas putas tristes, de Gabriel García Marquez.

Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Enveredar-se no imaginário real...realizar-se, imaginando veredas...

"Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."
          Supersticioso, para ele não existiam coisas pares; lutou, resistiu quanto pôde; infelizmente, não tinha o corpo fechado, e como um burrinho pedrês passou para a terceira margem. No púlpito, cantou feito Sorôco; dias depois, findou-se...não morreu: apenas ficou encantado. Enveredou pelo céu-sertão dos anjos-poliglotas, dos santos-médicos, dos arcanjos-diplomatas. E, hoje, tenho certeza, proseia com Deus uma conversa de bois e duela com o demo na hora e na vez...
               Joãozito, desenreda para nós a grande trama da vida que é viver!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cecília Meireles...a eterna professora...

                                                            Noções
 
Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que
a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se
encontram.

Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e
precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e
inúmera...


          Alguém já teve a feliz oportunidade  de conhecer a obra desta magnífica poeta? Dá pra explicar como é possível construir coloridos tão tocantes e inocentes (na obra infantil) junto a melancolias tão profundas e lancinantes (na obra adulta)?   
          Mulher muito à frente de seu tempo!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Clariceando epifanias lispectorianas...decifra-me ou te devoro!

          “Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço. Além do quê: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano — já me aconteceu antes. Pois sei que — em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade — essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém.”


          Eita mulherzinha tudo de bom!!!